Por meio do projeto Neurobotics, alunos e professores promovem conhecimento, empatia e transformação a clínicas especializadas em Três Lagoas
Utilizar a robótica como instrumento de inclusão social e desenvolvimento cognitivo e motor de crianças e adolescentes neuroatípicos. Essa é a proposta do projeto Neurobotics, realizado pela equipe Tera Robotics, formada por estudantes do ensino fundamental e médio da Escola Sesi de Três Lagoas.
Desenvolvido em parceria com clínicas de atendimento multiprofissional e ABA (Análise do Comportamento Aplicada), o projeto conta com a atuação direta dos alunos como facilitadores nas oficinas oferecidas aos participantes. As atividades são planejadas e adaptadas, com enfoque lúdico e pedagógico.
Entre as propostas, estão a montagem de robôs simples, desafios de programação básica e jogos interativos — sempre respeitando o ritmo e as necessidades individuais de cada criança e adolescente atendido. Kits LEGO Education são utilizados para trabalhar tanto o raciocínio lógico como as habilidades motoras finas dos participantes.
Segundo a técnica do time, professora Anajara Pereira de Líbero, a ideia do projeto surgiu a partir da necessidade de tornar o universo da robótica mais ível para outros públicos, já que um dos principais obstáculos da robótica era a baixa inclusão de crianças e adolescentes neurodivergentes.
“Sou responsável por orientar os alunos durante a realização das oficinas e garantir que as atividades sejam adaptadas conforme a necessidade de cada público, participando diretamente do planejamento técnico e pedagógico, acompanhada pelo técnico José Bortolotto. A montagem dos robôs, a programação e os jogos educativos são treinados previamente na sala do time, e depois aplicados na prática durante as oficinas”, explica Anajara.
A equipe Tera Robotics é composta por 21 alunos, divididos entre as categorias FRC (FIRST Robotics Competition), FTC (FIRST Tech Challenge) e FLL (FIRST Lego League). Para os integrantes do grupo, o projeto vai muito além da aplicação do conhecimento técnico, representando uma vivência real de empatia e de responsabilidade social.
A estudante Eduarda Barros, uma das integrantes da equipe, relata a experiência no projeto.
“Como membro do time de robótica, atuo como facilitadora nas oficinas, ajudando as crianças e adolescentes na montagem de robôs, programação básica e jogos interativos. Também amos por treinamento para compreender melhor as necessidades específicas de cada participante. É incrível ver o engajamento e a evolução dos participantes. Além dos avanços cognitivos e motores, percebemos o aumento na autoestima e na interação entre eles. E para nós, do time de robótica, é uma experiência transformadora.”
Até o momento, o projeto Neurobotics já foi realizado em seis clínicas especializadas. Diante dos resultados positivos, a equipe planeja expandir a iniciativa.